8 de junho de 2013

Os Poemas Perdidos de Oswaldo Falcatrua Parte II

Eis que Oswaldo era um poeta inquieto e facilmente respondia a impulsos. Como sofreu nosso poeta, teria também conseguido seus anos? Mentalmente era clara sua reconstrução, claro que venceu, mas poderia vencer a luta mais difícil, a luta das emoções? Teria alguém conseguido? No fim só restam dúvidas e um poema. Como sempre.  


Da Sabotagem - Um Poema Amargo

Quem me dera não errar
e pelos passados não ser assombrado
quem me dera da vida gozar
sem erros ou ser vingado

Quais dúvidas
ou paranóia
podem me salvar?
por que ser tão ferido
sem a ninguém machucar?

Porque o homem é só ego
e nisso pecou
e eu sempre me pego
dizendo que vou

E dessa vez eu vou embora
mas para um dia voltar
eu quero quebrar com o passado
ir onde deveria já estar

Em que ponto as coisas ficam irreversíveis?
Rogo para que não já
Quero minha cota de anos incríveis
Ir para um dia voltar


Havia junto ao poema, de escrita débil, um trecho de um outro poeta, talvez uma homenagem, justo é reproduzir:

Eu sou como o velho barco que guarda no seu bojo o eterno ruído do mar batendo 
No entanto como está longe o mar e como é dura a terra sob mim... 
Felizes são os pássaros que chegam mais cedo que eu à suprema fraqueza 
E que, voando, caem, pequenos e abençoados, nos parques onde a primavera é eterna. [...]

E o passado é como o último morto que é preciso esquecer para ter vida.

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