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26 de agosto de 2012

Ruído Maníaco


Há um ruído maníaco em minha cabeça
que me faz pensar demais
e viver de menos
Às vezes ele só me assiste
Outras tenta me persuadir
Quando ele dispara
eu fico cego e imprevisível
mas também fico vulnerável
e isso não é bom
Às vezes tento esquecer
e coloco ele numa caixa vazia e fechada
mas ele grita
e os gritos parecem arrancar minha cabeça
Ele não sente dor
eu sinto
na verdade
ele que me faz sentir dor
Mas eu tenho que alimentá-lo
se não alimentá-lo
ele morre
se ele morrer
Eu também morro comments

19 de agosto de 2012

A Vida

Eita vida doida
Tão cruel e tão bela
nos machuca e nos ama
corta feito faca cega
Tão frágil,
que um dia acaba
e não volta para casa
se torna um desconhecido.

A vida, a morte
A extensão do infinito comments

8 de agosto de 2012

As mãos da traição


O fogo era medido na palma de nossas mãos
abandonados no submundo
afogados na escuridão
Receio era refúgio
de profunda solidão
Mãos do amor
Mãos da traição

Distante, mas não o bastante
Alançando o mórbido desejo
Contra vontade encontra
contradição e desespero

Você pede uma mão
é lhe oferecido duas
ali é onde que se encontra
todo o perigo
pois estas mãos
são as mãos do inimigo comments

30 de julho de 2012

A Beleza está nas ruas




Vagando pelas noites elétricas na década de trinta a vida era boa e ainda continua, mas não com o mesmo vigor de outrora. Eu era belo e desvirtuado na mesma medida, um moço cheio de sonhos e encorajado a obtê-los, como outro qualquer. Trabalhava de segunda a sexta em uma fábrica de sapatos e morava em uma pensão. O trabalho não era bom, mas dava pra levar, suprindo as necessidades e a moradia era conservada e acomodável. Tinha poucos amigos, mas os que tinha valiam por muitos. Costumávamos sair todo final de semana logo após o árduo trabalho, eles trabalhavam comigo, mas não no mesmo setor.
A sexta chegava, a alegria era felicidade e a noite era o bálsamo. Nada me deixava mais feliz naqueles dias. A sensação de liberdade pairava no ar. Os rostos brilhavam na noite serena, a música era o ritmo da noite e a bebida era o remédio que parava o tempo. Os bares eram cheios, mulheres bonitas, tímidas rejeitadoras. Sexta e sábado, malandros e certinhos, operários e burgueses, a felicidade era mútua. Isso ninguém poderia nos tirar, a bebida e a música, o prazer era nossa liberdade. As vagas caminhadas na madrugada acenando para os carros, beijando as meninas. Amigos bêbados e desesperados, alheios ao destino, compartilhando a mesma vida. A vida era boa.


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29 de julho de 2012

Sôfrego Pecaminoso


Sôfrego Pecaminoso
casto talo
sensível e maldoso
afaga-te e me calo

Vermelho aveludado
sólida construção
do azul-branco bordado

Fora enfeite moldado
para vil afazer
sentimento de apego sincero
liga de cobre
para se derreter

Gentil arrefecer dos arranjos
tremor resultante do frio
arraste-te para o lado
cálido gentil
Lavor primoroso
Galântico e vil
artefato de pura solenidade
Do corpo quente quando frio. comments

29 de junho de 2012

Ventura


aperte o passo
a chuva não passará
se desvie do caos
e não pare de tentar
esqueça o tempo
o mundo parou de funcionar 
devorando tudo que permanece
as ruínas.
Então um dia eu acordei
e saí
e a luz do sol queimava os meu olhos
E foi então que percebi
que já me bastava.

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15 de junho de 2012

Pachequismo

Não darei nomes, mas é Pacheco para os mais chegados. Amigo piadista e gênio, que através  de seu estilo de vida possui uma grande malandragem, um ser raro e bem vivido. Por isso farei dele um exemplo.

Pacheco é perfeito, não comete erros, muito cauteloso e direto em suas colocações, não tem tempo ruim, é oito ou oitenta 'champz'.


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13 de janeiro de 2012

Vai vendo. Vai vivendo

Muito vive, aquele que apenas vive
e pouco vive aquele que muito pensa
de muito pensar se cansa da vida
pense e viva, não pense na vida 
de muito pensar apenas me canso
e não vivo.


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12 de dezembro de 2011

A Música

A música não tem fim
de tambores a sinos e cordas
todas de alguma forma nos conquistam.
A melodia , o ritmo, a harmonia
unidas em um só corpo
pulsando corações
Compondo as lembranças
tocando emoções.
Os timbres, acordes e batidas no mesmo compasso
Não tem tempo ruim para um boa música.

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11 de dezembro de 2011

Guarda - Chuvas

Caminhando nas ruas
de volta para casa
começa a chover

Guarda-chuvas aparecem do nada
e tentam me convencer
que preciso de um
ou apenas me esconder

é tão fácil dizer
difícil entender
começar a viver
começo entender
que é fácil dizer
difícil é viver

fins de semana
resumo da vida
na volta estaremos cansados

Eu parei, e nisso pensei
Onde estarei ?

Carros com vidros fechados
tentam me convencer
que preciso trabalhar muito
economizando uma vida
para não me molhar
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29 de novembro de 2011

Improvisei e Desafinei

Quando tive de me adequar ao que sou, nem mesmo sabia o que eu era, agora tão pouco.
Numa vida que pesa sonhos e promessas, sei todos de cor.
Improvisei e desafinei, agora perdi o compasso.
Improvisei ascensão e queda de um só.

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