28 de janeiro de 2013

Conectando os Pontos Parte I- A Busca








A busca pela verdade. Funciona quase como um impulso natural da mente humana, curiosa e preocupada com os perigos da nebulosidade das ideias, onde o real e o imaginário se misturam de forma homogênea.
Esta busca nunca se completa, e sempre está confusa na projeção empírica das meras mentes humanas. Porém o tempo é um fator positivo na construção do “saber” e, apesar dos eternos pontos de interrogação que encontramos, estamos cada vez mais próximos da verdade.

Religião, filosofia e ciência. Todo o desenvolver desta incessante busca se baseia em pelo menos um destes pilares que prometem explicar o mundo que nos cerca, cada um com suas particularidades de métodos que não podem ser avaliados sem levar em conta a constituição dessas visões, suas possibilidades tangíveis e condições, que são sempre reféns de seu momento histórico.


Não se sabe até hoje com exatidão o período histórico onde nasceu a religião, é comum a ideia de que ela nasce compartilhando os primeiros passos da humanidade. Podendo ser considerada a mais primitiva e massiva forma de busca do conhecimento, a religião representa até hoje a forma preferida das pessoas (pelo menos em número) na busca da verdade.

Quanto ao método de sua busca, a religião nos aponta um caminho direto e unilateral, ela se baseia em algo que foge ao mundo físico, um sexto sentido explicador. A verdade simplesmente está lá, basta o uso de uma sensibilidade da fé para que a verdade abstrata seja traduzida à nossa linguagem humana.
Com tamanha simplicidade a religião não promove uma grande área de livre circulação das ideias, sua base tende a resistir a mudanças e suas verdades procuram se colocar em um pedestal formado pela cultura antiga e o culto à tradição.

Quanto à filosofia, sua história é sem duvida muito mais dinâmica, o inicio é também nebuloso já que a história só conhece o que não se perdeu, mas tem-se como consenso o berço filosófico atribuído a Grécia antiga, nos períodos denominados pré e pós socráticos.

Quanto ao seu método a filosofia se destaca por certo antropocentrismo, onde a principal base de seu fundamento é a crença na autossuficiência do pensamento humano na construção de um panorama da verdade. O que faz muito sentido tendo em vista a constituição do que foi a democracia grega, que fez da dialética uma incrível ferramenta de poder.

 A filosofia conta com certa licença liberal de pensamento, onde cada filósofo se sente dono de suas ideias, não existindo um padrão a ser seguido, diferente da religião. Nesta visão da busca da verdade, o questionamento é um preceito e a divergência uma decorrência natural do processo.
A ciência como conhecemos hoje é uma visão sistêmica complexa, que se tornou o centro das atenções por mérito. É sem duvida a forma mais eficiente de manipulação e entendimento concreto do natural que este mundo já viu.

Seus efeitos ecoam através dos anos de forma acelerada e pontual, expandindo as possibilidades do futuro e mudando a forma como olhamos para o passado.

A mãe da ciência é a engenhosidade, diferentemente da filosofia que busca a verdade das coisas através do “pensamento crú”, a ciência só pôde triunfar em nossa história apoiada nas muletas da engenharia e das ferramentas tecnológicas.

Um exemplo que a história nos dá desta relação harmoniosa entre tecnologia e ciência, foi a revolução da astronomia com base na construção da luneta por Galileu Galilei, que só pôde entender o espaço de forma mais profunda com um maior acesso a dados concretos observacionais.

O sistema de degraus do conhecimento humano provém desta relação. A engenhosidade e a curiosidade, naturais do ser humano, abrem portas para um avanço cientifico que por sua vez abre portas para um campo maior ainda de produção tecnológica. Daí nasce este incrível ciclo de avanços e conquistas que marcam nossa história.

Outro fator que atribui a ciência seu poder acelerado advém de uma melhor administração das forças de trabalho, ou seja, para cada área do conhecimento a ser estudada, existem grupos de pessoas que dedicaram a maior parte de suas vidas de forma especifica, é quase que uma aplicação pratica do processo industrial conhecido como Fordismo.

Hoje podemos olhar para um futuro cada vez mais complexo que devido à tamanha aceleração das produções, ninguém se atreve dizer onde está o limite. Hoje olharmos para o passado de forma coerente, descobrindo cada vez mais sobre o mundo e o mais importante, nós próprios.

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