A busca pela verdade. Funciona
quase como um impulso natural da mente humana, curiosa e preocupada com os
perigos da nebulosidade das ideias, onde o real e o imaginário se misturam de
forma homogênea.
Esta busca nunca se completa, e
sempre está confusa na projeção empírica das meras mentes humanas. Porém o
tempo é um fator positivo na construção do “saber” e, apesar dos eternos pontos
de interrogação que encontramos, estamos cada vez mais próximos da verdade.
Religião, filosofia e ciência. Todo
o desenvolver desta incessante busca se baseia em pelo menos um destes pilares
que prometem explicar o mundo que nos cerca, cada um com suas particularidades
de métodos que não podem ser avaliados sem levar em conta a constituição dessas
visões, suas possibilidades tangíveis e condições, que são sempre reféns de seu
momento histórico.
Não se sabe até hoje com exatidão
o período histórico onde nasceu a religião, é comum a ideia de que ela nasce
compartilhando os primeiros passos da humanidade. Podendo ser considerada a
mais primitiva e massiva forma de busca do conhecimento, a religião representa
até hoje a forma preferida das pessoas (pelo menos em número) na busca da
verdade.
Quanto ao método de sua busca, a
religião nos aponta um caminho direto e unilateral, ela se baseia em algo que
foge ao mundo físico, um sexto sentido explicador. A verdade simplesmente está
lá, basta o uso de uma sensibilidade da fé para que a verdade abstrata seja
traduzida à nossa linguagem humana.
Com tamanha simplicidade a religião
não promove uma grande área de livre circulação das ideias, sua base tende a
resistir a mudanças e suas verdades procuram se colocar em um pedestal formado
pela cultura antiga e o culto à tradição.
Quanto à filosofia, sua história
é sem duvida muito mais dinâmica, o inicio é também nebuloso já que a história
só conhece o que não se perdeu, mas tem-se como consenso o berço filosófico
atribuído a Grécia antiga, nos períodos denominados pré e pós socráticos.
Quanto ao seu método a filosofia
se destaca por certo antropocentrismo, onde a principal base de seu fundamento
é a crença na autossuficiência do pensamento humano na construção de um
panorama da verdade. O que faz muito sentido tendo em vista a constituição do
que foi a democracia grega, que fez da dialética uma incrível ferramenta de
poder.
A filosofia conta com certa licença liberal de
pensamento, onde cada filósofo se sente dono de suas ideias, não existindo um
padrão a ser seguido, diferente da religião. Nesta visão da busca da verdade, o
questionamento é um preceito e a divergência uma decorrência natural do
processo.
A ciência como conhecemos hoje é
uma visão sistêmica complexa, que se tornou o centro das atenções por mérito. É
sem duvida a forma mais eficiente de manipulação e entendimento concreto do
natural que este mundo já viu.
Seus efeitos ecoam através dos
anos de forma acelerada e pontual, expandindo as possibilidades do futuro e
mudando a forma como olhamos para o passado.
A mãe da ciência é a
engenhosidade, diferentemente da filosofia que busca a verdade das coisas
através do “pensamento crú”, a ciência só pôde triunfar em nossa história
apoiada nas muletas da engenharia e das ferramentas tecnológicas.
Um exemplo que a história nos dá
desta relação harmoniosa entre tecnologia e ciência, foi a revolução da
astronomia com base na construção da luneta por Galileu Galilei, que só pôde
entender o espaço de forma mais profunda com um maior acesso a dados concretos
observacionais.
O sistema de degraus do
conhecimento humano provém desta relação. A engenhosidade e a curiosidade, naturais
do ser humano, abrem portas para um avanço cientifico que por sua vez abre
portas para um campo maior ainda de produção tecnológica. Daí nasce este
incrível ciclo de avanços e conquistas que marcam nossa história.
Outro fator que atribui a ciência
seu poder acelerado advém de uma melhor administração das forças de trabalho,
ou seja, para cada área do conhecimento a ser estudada, existem grupos de
pessoas que dedicaram a maior parte de suas vidas de forma especifica, é quase
que uma aplicação pratica do processo industrial conhecido como Fordismo.
Hoje podemos olhar para um futuro
cada vez mais complexo que devido à tamanha aceleração das produções, ninguém
se atreve dizer onde está o limite. Hoje olharmos para o passado de forma
coerente, descobrindo cada vez mais sobre o mundo e o mais importante, nós
próprios.