7 de outubro de 2012

Burguesas no calor


O texto a seguir possui grandes doses de sexismo, estereótipos, idealismo, heterosexualismo e um cadiquim de safadeza.






Arrisco a dizer que, em nenhuma outra época do mundo, o homem teve tantos desejos e variados fetiches como agora. Antes, os diferentes padrões de admiração por uma mulher se limitavam a partes exclusivas do corpo, um estilo de cabelo, alguns quilos a mais ou a menos e outros estágios da tara masculina que não fugiam muito desse campo. É claro que obscuridades sexuais existiram e fizeram parte de outras épocas menos criativas que a atual, mas essas acabam aparecendo como exceção à regra em muitos casos, apesar de constantes.

Mas a proposta do texto não é lembrar a bizarrice atual que vivemos, com japoneses tarados e seus vídeos tão famosos quanto esquisitos que circulam pela internet, sanduíches sexuais ou sexo lésbico escatológico. Estou aqui para escrever sobre costumes mais palpáveis e diários. O Brasil, terra quente que conhecemos bem, nos presenteia quase sempre com ondas de calor sensacionais, temperaturas que beiram os 40 graus facilmente, ainda que em épocas não propicias. E são nesses dias que nos deparamos com um fenômeno de fetichismo social: a burguesa com calor.


Roupas limitadas, justas, que aliviam o forte calor enquanto nos revelam porções gigantescas de pele muito branca e macia, as quais vivem quase que sem ver o sol em dias comuns, cinzas, ainda mais se você é um feliz morador de São Paulo. É rara a burguesa paulistana que se mostra tanto quanto em uma praia enquanto anda por avenidas decadentes, ônibus, metrô, etc. É muito bom ver pernas brancas e costas lisinhas em regatas apertadas enquanto você se locomove pela cidade, que era uma capital do jeans até então, mas foi surpreendida pelo calor fora de época.

Ricas, magras, bem tratadas e com calor. A tara por mulheres brancas se alia ao fator social e cria uma terceira relação com os delírios febris de uma cidade fria, gerando um efeito jamais antes visto. Elas não sabem sambar, copiam e colam citações da Clarice Lispector em redes sociais, ganham carros dos pais quando entram na faculdade, ouvem Maroon 5, têm entre 17 e 24 anos e dificilmente estão solteiras. Esse tipo especifico de mulher pode passar despercebido como uma mera gostosinha, mas olhos treinados irão encontrá-las facilmente, principalmente se você mora em áreas residenciais acima dos 500 mil reais por imóvel.


A alta burguesia paulistana fornece gerações cada vez mais promissoras de pálidas novinhas que derretem ao calor. A má distribuição de renda nunca foi tão feliz quanto agora e esse fenômeno tropical é o seu melhor legado para os brasileiros. Assim como o efeito estufa nunca foi tão bem recebido e festejado como atualmente. Que o mundo se acabe em fogo e buceta. O sexo que uma mulher desse nível pode fornecer tem o poder para destruir impérios e curar o câncer terminal de uma ala inteira de um hospital.  O choro masculino em agradecimento após o coito é de praxe em uma situação como essa.

Mais desejadas no calor do que um chopp gelado, as burguesas brancas e magras de shorts coladinho são peças raras de encontrar e irão te lograr e encantar, fazendo com que você fique ansioso pela próxima onda de calor.
comments