O texto a seguir possui grandes doses de sexismo, estereótipos,
idealismo, heterosexualismo e um cadiquim de safadeza.
Arrisco a dizer que, em nenhuma outra época do mundo,
o homem teve tantos desejos e variados fetiches como agora. Antes, os
diferentes padrões de admiração por uma mulher se limitavam a partes exclusivas
do corpo, um estilo de cabelo, alguns quilos a mais ou a menos e outros
estágios da tara masculina que não fugiam muito desse campo. É claro que
obscuridades sexuais existiram e fizeram parte de outras épocas menos criativas
que a atual, mas essas acabam aparecendo como exceção à regra em muitos casos,
apesar de constantes.
Mas a proposta do texto não é lembrar a bizarrice
atual que vivemos, com japoneses tarados e seus vídeos tão famosos quanto
esquisitos que circulam pela internet, sanduíches sexuais ou sexo lésbico escatológico.
Estou aqui para escrever sobre costumes mais palpáveis e diários. O Brasil,
terra quente que conhecemos bem, nos presenteia quase sempre com ondas de calor
sensacionais, temperaturas que beiram os 40 graus facilmente, ainda que em
épocas não propicias. E são nesses dias que nos deparamos com um fenômeno de
fetichismo social: a burguesa com calor.
Roupas limitadas, justas, que aliviam o forte calor
enquanto nos revelam porções gigantescas de pele muito branca e macia, as quais
vivem quase que sem ver o sol em dias comuns, cinzas, ainda mais se você é um
feliz morador de São Paulo. É rara a burguesa paulistana que se mostra tanto
quanto em uma praia enquanto anda por avenidas decadentes, ônibus, metrô, etc.
É muito bom ver pernas brancas e costas lisinhas em regatas apertadas enquanto
você se locomove pela cidade, que era uma capital do jeans até então, mas foi
surpreendida pelo calor fora de época.
Ricas, magras, bem tratadas e com calor. A tara por
mulheres brancas se alia ao fator social e cria uma terceira relação com os
delírios febris de uma cidade fria, gerando um efeito jamais antes visto. Elas
não sabem sambar, copiam e colam citações da Clarice Lispector em redes
sociais, ganham carros dos pais quando entram na faculdade, ouvem Maroon 5, têm
entre 17 e 24 anos e dificilmente estão solteiras. Esse tipo especifico de
mulher pode passar despercebido como uma mera gostosinha, mas olhos treinados
irão encontrá-las facilmente, principalmente se você mora em áreas residenciais
acima dos 500 mil reais por imóvel.
A alta burguesia paulistana fornece gerações cada vez
mais promissoras de pálidas novinhas que derretem ao calor. A má distribuição
de renda nunca foi tão feliz quanto agora e esse fenômeno tropical é o seu
melhor legado para os brasileiros. Assim como o efeito estufa nunca foi tão bem
recebido e festejado como atualmente. Que o mundo se acabe em fogo e buceta. O sexo que uma mulher desse nível pode
fornecer tem o poder para destruir impérios e curar o câncer terminal de uma
ala inteira de um hospital. O choro
masculino em agradecimento após o coito é de praxe em uma situação como essa.
Mais desejadas no calor do que um chopp gelado, as
burguesas brancas e magras de shorts coladinho são peças raras de encontrar e irão
te lograr e encantar, fazendo com que você fique ansioso pela próxima onda de
calor.