28 de setembro de 2012

O Jererê

Nota Póstuma:

''- Esse é o meu texto que mais abomino, o qual falha miseravelmente na tentativa de obter risadas com o uso indigesto e nada sutil de clichês. O Autor que não tiver na bibliografia uma mácula, um lapso, que me julgue. Aos demais fica o aviso: O texto é deveras ruim.''


 - Oswaldo Falcatrua

  “A história de toda sociedade existente até hoje tem sido a história das zuações.”, disse Marx em uma de suas obras mais conhecidas, “Manifesto do Partido Brincalhão” na qual estipulou parâmetros e deu exemplos de como a zoação se manifesta no mundo e de como a classe operária a utilizava para tirar uma onda durante o almoço.
  Muitos autores durante os séculos trataram desse fenômeno que é a chacota, descrevendo e analisando-a. Vai aqui um resumo de tal atitude humana essencial na rotina social, essa calhodargem querida por todos e visitada sempre que se deseja ferir a moral alheia e rir muito com isso.

A Tiração percorre a História

  O hábito ganhou diversos nomes durante os séculos. Já os gregos o praticavam nos intervalos entre cumprir seus direitos na Polis e sodomizarem uns aos outros. A zoação percorre a história sem nunca perder muita força - romanos já brincavam com cristãos na famosa “leãozada”. Na Idade Média a prática continua intensa com muitas pegadinhas e diversão, por exemplo, as Cruzadas brincalhonas. Não é à toa que conhecemos este período como Idade da Zoação (ou das Trevas, que dá na mesma).

  É no período Moderno que a zuada atinge seu apogeu e este pico de farra tem nome: Jererê. É quando o ele se instaura que a humanidade alcança sua mais plena forma neste quesito.

  O Jererê (do grego; Jere – tirar, rê – um sarro) é uma prática iniciada em diversas escolas durante o século XX. Muitas vertentes apareceram durante essa época e variadas especializações nascem no seio desta, que sem dúvida, é a maior contribuição cultural para a ofensa na historia do mundo. Entre as manifestações, se destacam:

O Jererê Poesia

  O clássico. O ar noir que existe no costume. É a esta vertente que se remete ao pensar em jererê, a mais famosa e a mais praticada.

O ministro Guido Mantêga é meu amigo
Tocador de berimbau
De dia ele ministra
E de noite chupa pau

O Jererê, o Jererê, é o LSD

(exemplo de jererê poético com conotação político-denunciativa muito praticado por intelectuais de esquerda)

**Trivia**
Você saberia responder qual a origem do bordão “O Jererê, o Jererê, é o LSD” ?
Resposta no final.
**

  Dentro desta categoria de rimas existe não só sentidos ofensivos, mas piadas descompromissadas com o objetivo único de contentar o público presente, exemplo:

Estava na janela
Olhando urubu
Tomando coca-cola
E arrotando pelo cu

(Jererê que faz uso da auto-depreciação para obter risos)

  Os EUA importaram algumas zueiras clássicas a fim de educar seus jovens nesse novo conceito de proteção social. Cogitou-se até treinar soldados americanos em EMEF’s do Brasil para, fazendo chacota, desmoralizarem soldados inimigos:

Osama is my friend
And also a terrorist
During the day he makes bombs
in the evening he sucks dick 

(Adaptado por Hebert Richards)

  Muitas rimas foram criadas no rico período da década de 90. Influenciado pelo repente nordestino, o jererê poético foi um plágio bem sucedido para tirar mais um crédito de baianos e afins e suas conseqüências ecoam ainda hoje, época em que a zuação anda escassa e as pessoas preferem serem amigas ao invés de se ‘digladiar’ e ofender gratuitamente - o que é um grande erro segundo um sociólogo da tiração de renome mundial, Carlos Alberto de Nóbrega.



O Jererê Monossilábico

  As pessoas cometem o erro de atribuir o Jererê apenas para a zoação poética e este engano, junto com a blasfêmia, é imperdoável.
   Existe também aquela chacota na qual o interlocutor ao proferir desatento uma frase, pode ser mal interpretado e comprometer a credibilidade de sua sexualidade: “Ah, fui no rio com o Edson acabei lhe chupando a trolha”. Tal erro interpretativo gera uma zoação tamanha que acaba sendo comprimida numa única expressão: IHHHHHHH.
  Outras frases mais discretas também geram o mesmo efeito, portanto fique esperto e não chupe paus.

O Jererê Repetitivo

GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO GORDO


Concluindo



 **Resposta da Trívia – Depois de muita pesquisa concluímos sabiamente que ninguém faz a mínima ideia.
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