22 de junho de 2013

Pós-Manifestos no Brasil: E AGORA?

Olá, acho que este é o primeiro texto sério que escrevo para este blog, não sou uma pessoa de me expressar por palavras, porém agora que o resultado das manifestações iniciais, sobre os “R$0.20” ou revolta da salada como foi adotada nas redes sociais, foi um resultado promissor para nós, uma pergunta paira no ar:



E Agora?

Bom eu li muitos comentários de pessoas perguntando isso em grandes portais, ou até mesmo nas redes sociais. Geralmente alguém dava na lata uma resposta como: “não podemos parar, agora é a hora de continuar”; “agora vamos derrubar a m***a da ~cura gay~”; “PEC 37?”; Concordo que ambas as ideias citadas pelos outros manifestantes são boas e necessárias, como a da tarifa também foi, porém eu pensei em algo diferente.

No Brasil, o sistema eleitoral é feito por voto proporcional, resumidamente falando, é o sistema conhecido por eleger uma lista de candidatos de um determinado partido, e permite, em teoria, uma maior representação das minorias, e uma representação muito mais precisa das corrente minoritárias. Show de bola, teoricamente está tudo bem. Infelizmente muitas pessoas esquecem de como esse sistema funciona de fato.

Para exemplificar melhor isto, imagine que temos um partido qualquer, a maioria dos candidatos desconhecidos ou não tão representativos na sociedade, este partida utiliza de uma estratégia que basicamente se resume a escolhe de um “ícone” para representa-lo durante as eleições. Este “ícone” é muito querido na sociedade, ele de alguma forma atrai muitos eleitores, ele é uma “aposta com 100% de acerto”, agora pela lei, este candidato precisa de por exemplo (valor fictício) 100.000 votos para ser eleito, ele consegue esses 100.000 votos facilmente, ele por incrível que pareça conseguiu 1.000.000(um milhão) de votos. A diferença de votos vai diretamente para o partido deste candidato, onde o partido separou uma lista de candidatos para essa eleição, os votos então são separados para os demais candidatos. A lista desses candidatos é pouco divulgada, ou simplesmente não está tão visível para todos da população.

Resumindo você vota pra um candidato e leva outros candidatos que você nem tinha conhecimento, ou se tinha, talvez não queria eleger ele.
Aqui entra as maracutaias que vemos na TV, nos jornais, em todo lugar. Desde venda de posições políticas ou cargos profissionais até esquemas maiores que vemos sempre.
“O Bonde ta formado, e vc nem ta ligado”

Esse é o processo de eleição que define nosso setor legislativo (vereadores, deputados estaduais e deputados federais), que de fato, é o setor que o nosso país necessita de manutenção, pois ele que faz o país “andar”
.
“TA MAS QUE MERDA VC QUER DIZER?”

O ponto que quero afirmar é que precisamos nos movimentar para alterar essa atual situação, isso não é simples, pois quem está nos altos cargos, literalmente se apropriou desse espaço, alterando apenas nomenclaturas “fulas”, pulando de senador para deputado, de vereador para deputado, enfim...
Para isso devemos mudar o modo que eles se estabelecem, o modo que eles ocupam facilmente o poder e dificilmente são retirados. Alterando o modo como esses elementos são eleitos, alterando a forma de eleição, aplicando uma reforma eleitoral.
“Não adianta tirar um “Sarney” a força, sendo que na próxima eleição ele se elege em algum cargo nas custas de outro”
Em alguns países europeus, como Inglaterra por exemplo, o sistema eleitoral é feito por voto distrital, onde são eleitos distritos e cada distrito elege seu representante por maioria simples, por exemplo a eleição para a Câmara no estado de São Paulo. Ao invés de todos os candidatos concorrerem no estado todo com 70 vencedores, o estado seria dividido em 70 distritos. Cada candidato concorreria em apenas um distrito, e cada distrito elegeria apenas um deputado ou deputada. Esse tipo de eleição combate diretamente o acesso dos corruptores a cargos do governo, pois em cada eleição além do candidato votar a favor de um parlamentar, ele automaticamente vota contra diretamente outro, logo se o cidadão está infeliz por “n” motivos com tal representante, ele escolhe o outro. Aqui você sabe quem está no poder, o deputado e quem o deputa firmam conexões mais fortes, pelo contato direto que ocorre, por ser o único responsável pelo distrito.
Essa já seria uma boa solução, porem como nada é 100% perfeito, esse método leva para um desproporcionalidade, desfavorecimento das correntes minoritárias e ao favorecimento dos interesses locais ou regionais. A corrupção seria drasticamente diminuída, porém temos pontos que podem ser considerados pontos negativos por muitos (inclusive por mim).
Na Alemanha um misto de voto distrital e proporcional foi escolhido com o passar do tempo: parte dos deputados (ou vereadores) seriam eleitos em distritos uninominais, e parte deles seriam eleitos em votos proporcionais. Neste caso teríamos um controle maior, porém não completo da situação eleitoral, mas com um possível equilíbrio alterando a predominância de um sistema sobre o outro.

Uma eleição mista de voto distrital e voto proporcional seria na minha opinião, a melhor escolha para nós brasileiros reivindicarmos se realmente queremos ver o Brasil mudar. A sujeira está lá encrustada nas cadeiras do governo. Começamos a caminhar, e espero que este seja o caminho para a “limpeza”. E nada melhor, como alterar o modo que essa "sujeira" chega e se estabelece lá...



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