Sim. E também não precisa comer chokito, ou usar calça saruel. Na verdade você precisa de poucas coisas de fato: moradia, vestimenta e comida basicamente.
Mas se você pode, por que não ouviria?
Estamos as vésperas de um festival de Jazz a céu aberto que acontecerá no Parque do Ibirapuera e o inesperado aconteceu: diversos amigos irão e estão contentes com o evento, o que pareceria improvável quando os conheci. Em comemoração ao acontecido, farei aqui um breve e prometido guia básico pra pessoas que de maneira nenhuma precisam ouvir jazz, mas o farão com muito gosto.
Falaremos aqui nesse primeiro momento das faces melancólicas de alguns mestres do estilo:
Chet Baker
Resume o que é ser cool (maneiro). Trompetista que colocava sentimento em cada nota. Não há como não se emocionar ouvindo Chet. A menos que você sofra de psicopatia, nesse caso evite ouvir qualquer coisa e parta pra clínica mais próxima, evitando passar por escolas no caminho. Músico não tão virtuoso, extendia as notas de maneira única e melancólica. Um herói do jazz, mas como todo herói, chet adorava uma heroína (ba tunz tá). O que lhe rendeu uma surra por dividas e morte deprimente.
John Coltrane
O deus do estilo, o maior Sax Tenor da história. Referência técnica e sentimental, grande poeta de melodias. Nas palavras de Mano Brown poderiamos dizer que Coltrane era um 'Preto tipo A' jazzista. A obra de Coltrane é extremamente vasta e inovadora, desde My Favorite Things até A Love Supreme. Com suas manias de espiritualidade, criou canções densas e belas. Eis um dos frutos do mestre:
Charles Mingus
Meu jazzista favorito, contrabaixista excepcional e, como diz o povo: muito chapahalls. Obra extremamente diversificada, ora complexa, ora melancólica. Compositor completo, Mingus não é fácil de se ouvir em diversos momentos, mas compreender sua obra é recompensador.