Há muito que
dizer sobre este assunto, que está emergindo para a superfície das discussões da
sociedade moderna. Existem muitas controvérsias e pontos de vista sobre, mas a verdadeira polaridade que existe em qualquer tema é a verdade
e a mentira. Acontece que em relação à Cannabis, a ciência já descobriu muito,
e é impressionante como um assunto tão bem delimitado pode ser tão distorcido.
Uma característica
da sociedade que chama a atenção é o super-criticismo em relação à maconha, por
alguma razão as pessoas tendem a se voltar para os problemas em vez das soluções
independente da real proporção entre eles, ou seja, se colocarmos na balança os
prós e os contras de todas as substancias que conhecemos, a maconha vencerá
substancias que consideramos culturais e inofensivas como o álcool e o café. Até
mesmo o açúcar que causa diabetes ou o sal a hipertensão, isso demonstra o
preconceito que existe em relação à droga.
É preciso que
entendam que no mundo real não existe nada com 100% de eficiência e saúde, o próprio
oxigênio que respiramos destrói nossos corpos, o ar das grandes cidades contém
poluentes que causam tanto dano a capacidade pulmonar quanto fumar 2 cigarros (tabaco)por
dia. A alimentação é uma das principais causas de enfarte entre outros problemas.
Isso tudo não quer dizer que deveríamos estar andando com mascaras de gás e proibindo
os lanches gordurosos, nós somos naturalmente suscetíveis a problemas de saúde e
temos de viver com esse medo.
Segue um
gráfico que analisa o nível de dependência e o nível de letalidade das drogas.
É
praticamente impossível ter uma overdose de THC, você desmaiaria muito antes de
chegar perto e como podemos ver, diferente do que muitos pensam, o potencial de
overdose da maconha é 10 vezes menor que do café e 100 vezes menor que o álcool.
Com isto em
mente, podemos concluir que as drogas são muito diferentes entre si, e não podem
ser classificadas como “tudo farinha do mesmo saco”. Cada substancia têm suas
particularidades e deve ser analisada particularmente.
Mas afinal
como a maconha realmente funciona no corpo e na mente?
Em 1990 Howlett
e sua equipe descobriram que existe um sistema cerebral especifico nos mamíferos,
dotado de receptores especiais para as substancias da maconha, esta descoberta
deu inicio a uma serie de pesquisas que promoveram o melhor entendimento sobre
o assunto.
Hoje a ciência
nos mostra que o sistema endocanabinóide que é responsável pela “ brisa” é
também um dos principais responsáveis por uma porção de funções no cérebro e no
corpo para a promoção da homeostasia, ou seja, a
manutenção do cérebro e o corpo, o que explica muito sobre os efeitos comuns,
de fome, sono e bem estar.
Esta nova
perspectiva de que a maconha é de fato natural, entrou em embate com as antigas
crenças promovidas pelos estados unidos, quando eles acreditavam que a maconha
era responsável pela agressividade e estupro de mulheres brancas por parte dos
negros.
O estudo que
demonstrava que a maconha destruía células do cérebro 1974( Dr Health/Tulane Study),
nunca tinha sido aberto para o publico, quando o método do trabalho foi
revelado, descobriram que na verdade os cientistas colocaram mascaras de gás
nos macacos e os forçaram a inalar uma quantidade enorme de fumaça, sem que os
macacos pudessem respirar, a falta de oxigênio no cérebro é fatal para os neurônios,
fato já sabido na época.
Na verdade em
2005 um novo estudo (Xia zhang
university of Saskatchewan), demonstrou que a maconha pode estimular
a produção de neurônios e hoje aparece como uma possível forma de
tratamento para o Alzheimer, mas aparentemente o mito dos macacos asfixiados
chama mais atenção do público.
O câncer de
pulmão é outro mito clássico do assunto, talvez por referência do cigarro, mas
como já foi dito, cada substância deve ser estudada individualmente. Para
surpresa de todos, um estudo feito em Harvard (American Association for Cancer
Research, 2007), foi constatado que o uso de maconha na verdade desacelera o
crescimento do câncer de pulmão em 50%.
Os possíveis
usos desta planta são imensos, pode ser usada na produção de umas das fibras
mais fortes da natureza para tecidos, é de fácil plantio, permitindo ser usada
como combustível alternativo é uma das plantas com maior utilidade médica, se não
a maior, sendo útil em muitos casos como:
Dores crônicas,
anestésico pós-operatório ( mais eficiente que remédios), vários tipos de
canceres, aliviando a quimioterapia ou até mesmo substituindo-a em alguns casos
como o câncer de nariz, glaucoma, esclerose múltipla, ajuda pacientes com HIV a
manter o peso e o bem estar, problemas de estomago, epilepsia, Alzheimer, náuseas
, stress entre outras.
A maconha nos
acompanha a mais de 10.000 anos, sem sequer uma morte ou doença atribuída, então
por que diabos ela é ilegal? A resposta é simples, a maconha não dá muito
dinheiro, a não ser que seja proibida, já que qualquer um pode plantar no
quintal e sua eficácia médica não exige nenhum processamento farmacêutico. Fica
a dúvida, se a proibição é fruto da ganancia ou apenas da estupidez humana.