21 de junho de 2012

Ensaio sobre o apocalipse zumbi


Faziam 18 graus na cidade da garoa, no dia 8 de Janeiro de 2015 e a correria cotidiana dos paulistanos impulsionava o coração da metrópole, pessoas comuns tomavam seus cafés expressos, apanhavam seus guarda-chuvas e encaravam o transito ou metrô de cada dia.

Este dia havia começado como qualquer outro, mas mal sabiam os paulistanos que toda a cidade iria virar de ponta cabeça aproximadamente às 18 horas da tarde, horário de pico em todas as vias de transporte.
A indústria farmacêutica havia se tornado mais influente do que nunca, e como a história nos conta, no mundo cientifico nem tudo é seguro, nem todo risco é calculável e nem todos sobrevivem aos acidentes, muitos foram os pioneiros abatidos por sua coragem e o dia 8 de Janeiro não iria ser diferente.
Uma pesquisa de mais de 8 anos estava em andamento no laboratório  privado no centro da cidade. O vírus em estudo já havia demonstrado resultados assustadores nos ratos testados, canibalismo e descontrole agressivo eram alguns dos sintomas.
Ninguém sabe ao certo como o acidente ocorreu, mas como já diziam “pras coisas darem errado é 2 minutos”, um dos estagiários que trabalhava no laboratório estava indo para casa quando começou a sentir uma irritante dor de cabeça e um zumbido no ouvido, um pesquisador mais experiente teria desconfiado, mas o estagiário seguiu seu caminho até o metrô.
O estagiário desmaiou na plataforma a espera do metrô, foi acudido por uma mulher de meia idade que foi a segunda vitima do vírus. O primeiro zumbi a atacou com toda sua fúria, todos em volta que já haviam jogado diversos jogos e assistido muitos filmes sobre o assunto, fugiram gritando e avisando os outros usuários que estavam todos em perigo.
A correria caótica foi filmada por celulares e câmeras e logo o mundo inteiro estava ciente do ocorrido, uma senhora e uma criança morreram pisoteadas pelo implacável medo humano.
 Um grupo de civis que estavam no local e faziam parte de uma torcida organizada do time do Corinthians, decidiram intervir ali mesmo e atacaram o estagiário Zumbi e vitima de meia idade sem piedade com uma vantagem numérica de 18 indivíduos.
Os corpos das vitimas ficaram irreconhecíveis, pois os agressores atiraram os corpos em frente ao trem que chegava à estação.
Neste momento a mídia estava fazendo o que faz melhor, impressionando e amedrontando a população declarando que não se sabia quantas pessoas haviam sido infectadas, mas estimavam a cada 5 minutos que o numero deveria estar maior e o caos se aproximava, mal sabiam eles que o caos já havia sido iniciado e não tinha hora pra acabar.

 Em menos de meia hora já haviam ocorrido mais de 50 ataques a lojas e supermercados da cidade, as delegacias estavam cercadas pela população que clamavam por armamentos e munição, o maior engarrafamento da história ocorreu na cidade do transito e milhares de fiéis saíram às ruas para espalhar as palavras da salvação, pois o dia do apocalipse parecia ter chegado.
No final do dia aproximadamente às 22 horas foi relevado ao publico e ao mundo, que os únicos infectados haviam sido mortos, todos os usuários do metro e os envolvidos com a pesquisa foram testados e não haviam contraído o vírus.
Os pesquisadores explicaram que mesmo que a situação tivesse fugido do controle, eles já haviam desenvolvido um antidoto.
Quando finalmente a poeira abaixou, já haviam ocorrido milhares de suicídios, estupros e assassinatos de chefes e sogras, São Paulo engoliu o prejuízo e voltou a viver com a pressa e o medo da boa e velha violência cotidiana.

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