Existe um fator difuso dentre todas as castas da população,
que é a total e inexorável necessidade da diminuição dos gastos dentro do
Estado brasileiro, pois ele claramente gasta demais e não retorna os serviços necessários
a população.
Em realidade, alguns outros tópicos entram em discussão na
hora de se verificar a qualidade do serviço público:
A arrecadação Fiscal x PIB, apesar de considerarmos 34,4% um
número exorbitante, a maioria dos países desenvolvidos exerce um cálculo muito
maior:
Mas se nós realmente não gastamos tanto com a máquina
pública, por que nos sentimos desrespeitados com a qualidade do serviço
público?
O tempo em que o serviço público está sendo prestado no
Brasil pode ser um grande fator. Na maioria dos países onde se pode falar em
serviços públicos de qualidade, existe uma aplicação de recursos e política de welfare state em prática há no mínimo o
dobro de tempo do brasil. Por exemplo entre os países da Europa e Ásia, como
Dinamarca e Japão que tem IDH bem superiores ao nosso, a política de apoio ao
cidadão está em vigor desde a segunda guerra mundial em 1950, no Brasil só
conseguimos dar início a esses projetos após a redemocratização em 1988. Para
dar embasamento a essa teoria é só nós analisarmos o gráfico do IDH brasileiro
em relação ao tempo, com ênfase nos anos pós-ditadura.
Uma outra questão a que sempre nos referimos e que com
certeza influência nas políticas públicas e nos gastos estatais é a da corrupção.
Mas na verdade, o que mais pesa no nosso bolso quando nos deparamos com um
serviço inadequado é a sonegação. O sonegômentro chegou a 500 bilhões em 2015 e
a corrupção tem um custo médio anual de cerca de 70bi.
É certo que deve-se haver um grande investimento em formulas
de combater a sonegação, que por sinal é uma das causas da corrupção, pois para
se demonstrar exercícios econômicos de valores menores e passar batido, é
sempre um sinal que alguém em algum lugar deixou de fazer o seu trabalho,
podemos pensar em sistema mais moderno de arrecadação. E mais, é possível
pensar até em um sistema que exerça menor pressão nas camadas que necessitam da
máquina pública, pois o sistema tributário brasileiro é regressivo, ou seja,
cobra-se mais sobre quem recebe menos.
Dados: FIESP
Talvez a maior preocupação que se está tendo com o dinheiro
publico atualmente, tomaria melhores rumos caso existisse uma legislação
favorável a população de baixa renda, pois ao observar o quadro acima, uma
medida de vital importância fica de fora:
Sim, a nossa população é pobre. E em certa medida, a
tributação de nossos serviços além de ser jogada fora por quem sonega, é
praticada de maneira excessiva sobre quem tem menor capacidade econômica.
Porém, raramente o Brasil conseguirá se desenvolver economicamente caso não aja
acesso ao capital por parte dos mais pobres e isso não se consegue eliminando o
Estado mas sim com a instrumentalização do mesmo em favor de que os mais pobres
tenham acesso aos direitos universais como Saúde e Educação, e a partir daí uma
maior parte de brasileiros consigam produzir economicamente.
Desse texto a única conclusão que se tira é que: O Serviço
público sai caro pra quem ganha pouco e quem é rico não quer ajudar a melhorar
a vida da população.