17 de maio de 2016

O Isentão


Existe um fator difuso dentre todas as castas da população, que é a total e inexorável necessidade da diminuição dos gastos dentro do Estado brasileiro, pois ele claramente gasta demais e não retorna os serviços necessários a população.
Em realidade, alguns outros tópicos entram em discussão na hora de se verificar a qualidade do serviço público:
A arrecadação Fiscal x PIB, apesar de considerarmos 34,4% um número exorbitante, a maioria dos países desenvolvidos exerce um cálculo muito maior:
 
Mas se nós realmente não gastamos tanto com a máquina pública, por que nos sentimos desrespeitados com a qualidade do serviço público?
O tempo em que o serviço público está sendo prestado no Brasil pode ser um grande fator. Na maioria dos países onde se pode falar em serviços públicos de qualidade, existe uma aplicação de recursos e política de welfare state em prática há no mínimo o dobro de tempo do brasil. Por exemplo entre os países da Europa e Ásia, como Dinamarca e Japão que tem IDH bem superiores ao nosso, a política de apoio ao cidadão está em vigor desde a segunda guerra mundial em 1950, no Brasil só conseguimos dar início a esses projetos após a redemocratização em 1988. Para dar embasamento a essa teoria é só nós analisarmos o gráfico do IDH brasileiro em relação ao tempo, com ênfase nos anos pós-ditadura.
Uma outra questão a que sempre nos referimos e que com certeza influência nas políticas públicas e nos gastos estatais é a da corrupção. Mas na verdade, o que mais pesa no nosso bolso quando nos deparamos com um serviço inadequado é a sonegação. O sonegômentro chegou a 500 bilhões em 2015 e a corrupção tem um custo médio anual de cerca de 70bi.
É certo que deve-se haver um grande investimento em formulas de combater a sonegação, que por sinal é uma das causas da corrupção, pois para se demonstrar exercícios econômicos de valores menores e passar batido, é sempre um sinal que alguém em algum lugar deixou de fazer o seu trabalho, podemos pensar em sistema mais moderno de arrecadação. E mais, é possível pensar até em um sistema que exerça menor pressão nas camadas que necessitam da máquina pública, pois o sistema tributário brasileiro é regressivo, ou seja, cobra-se mais sobre quem recebe menos.
Dados: FIESP

Talvez a maior preocupação que se está tendo com o dinheiro publico atualmente, tomaria melhores rumos caso existisse uma legislação favorável a população de baixa renda, pois ao observar o quadro acima, uma medida de vital importância fica de fora:
 
Sim, a nossa população é pobre. E em certa medida, a tributação de nossos serviços além de ser jogada fora por quem sonega, é praticada de maneira excessiva sobre quem tem menor capacidade econômica. Porém, raramente o Brasil conseguirá se desenvolver economicamente caso não aja acesso ao capital por parte dos mais pobres e isso não se consegue eliminando o Estado mas sim com a instrumentalização do mesmo em favor de que os mais pobres tenham acesso aos direitos universais como Saúde e Educação, e a partir daí uma maior parte de brasileiros consigam produzir economicamente.

Desse texto a única conclusão que se tira é que: O Serviço público sai caro pra quem ganha pouco e quem é rico não quer ajudar a melhorar a vida da população.
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